O evento Descentraliza e Propulsão de Impacto encerrou durante um Demo Day (dia de demonstração), nessa quinta-feira (14/3), no Sebrae Lab. O momento deu a oportunidade de empreendedores apresentarem projetos de impacto social para um público engajado.
Ao todo, nove startups se prepararam para o evento, na véspera, com workshops e sessões de mentoria. O projeto foi conduzido por dinamizadores (empresas de suporte) e especialistas do setor, que proporcionaram aos pequenos empreendedores uma chance de aprimorar suas habilidades de apresentação e estratégias de negócios.
As participantes foram: Casa Ponte, Luffa, Amainair, No fio da diversidade, Tronik, Go Health, KingBallers, Descoola e Ondasup. Essas startups têm algo em comum — elas trazem ao mercado soluções para problemas sociais e ambientais. Na plateia estavam investidores, potenciais parceiros e interessados em negócios de impacto, entre outros.
Isabela Rodrigues, líder do programa Propulsão, da Cotidiano Aceleradora, que foi uma das dinamizadoras, explicou que, para participar do projeto, a empresa preenchia um formulário para se inscrever. Assim que essa etapa terminava, uma ferramenta de inteligência artificial apontava as principais dificuldades do empreendimento e em que nível estava. “Nesse edital, o critério foi empresas de impacto social, mas que tivessem fundadoras mulheres, negras, deficientes, e que morassem em periferia”, elencou.
De acordo com ela, o ecossistema de inovação do Distrito Federal é muito rudimentar. “Ainda está nascendo e proliferando. Quando falamos de empresas de impacto, essa distância é ainda maior. E tivemos um desafio para encontrar essas organizações e mantê-las no programa, porque as pessoas têm pouco conhecimento sobre o assunto, ainda está muito dissolvido entre os empreendedores, e essa foi uma rica oportunidade para essa galera aprender com quem já passou por isso e conseguiu captar clientes, validar seu produto”, destacou.
Iniciativas
O idealizador da empresa Casa Ponte, Luciano Navarro, relata que participar da iniciativa foi um processo de construção e de aceleração muito relevante. “Houve conteúdos muito importantes para conseguirmos montar estratégias, posicionamento de mercado e termos sucesso no ramo de impacto social. Aprendemos a nos fortalecer, entrar no ecossistema de inovação e ter contato com empresas que passam por momentos diferentes”, avaliou.
A empresa de Luciano atua no mercado imobiliário. O trabalho é tornar moradias em locais de transformação pessoal e de bem-estar. “Pegamos casas no Lago Norte, por exemplo, que estão há longo período sem locar. Aí, fazemos a curadoria com os proprietários e colocamos pessoas para morarem pagando um valor bem abaixo do mercado”, explicou. Para que se alcance o valor de mercado, a ser recebido pelo dono, a empresa promove, no imóvel, eventos de bem-estar com uma rede de terapeutas credenciados”, completou.
Para Juliana Paiva, líder do programa Descentraliza do Impact Hub Brasília, é muito importante que os empreendedores tenham a chance de trocar experiências e apresentarem seus projetos. “Quando se depararem com a oportunidade no mercado, vão saber fazer acontecer. A gente recebe essas empresas no programa ainda muito cruas. Temos o trabalho de fazê-las responderem e se aprofundarem no modelo de negócios delas, entenderem o caminho que realmente querem seguir, compreenderem de que forma vão entregar o impacto que estão prometendo, e buscando demonstrar aos financiadores a sua importância”, analisou.
O líder da Coalizão para Impacto em Brasília, Dani Estavam, outra das empresas dinamizadoras, assinala que é essencial acelerar esses empreendimentos. “Mesmo com o viés social muito forte, é diferente de olhar para uma ONG, porque são empresas com lucratividade, rentáveis, com um forte compromisso com a mensuração e com o impacto e os resultados. Quando falamos disso, estamos falando de economia. Aqui, desenvolvemos pessoas, negócios e territórios”, finalizou.
Por Mariana Saraiva do Correio Braziliense
Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press / Reprodução Correio Braziliense