Com o mês de junho se aproximando, os brasilienses começam a se animar para uma das festas mais tradicionais e animadas desta época, o são-joão. Com ele, vêm as animadas quadrilhas com as coreografias e passos habilidosos, trazendo mais alegria para os festejos juninos. No Distrito Federal, a temporada das quadrilhas se inicia com uma sessão solene, em 29 de maio, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), com a presença de diversos grupos de dança e de autoridades.
Em Brasília, três ligas organizam os circuitos de quadrilhas juninas, que já se encontram aquecidas nos preparativos finais para as disputas de dança. E, quando o assunto é quadrilha, as equipes se dedicam e dão o melhor delas. Os grupos começam os ensaios no começo do ano, abrindo mão dos finais de semana e feriados para que a coreografia saia da forma mais impecável possível nos grandes dias de disputas.
O circuito de quadrilhas juninas da Liga Independente de Quadrilhas Juninas do Distrito Federal e Entorno (LINQDFE) será em quatro etapas, a começar pela cidade de Santa Maria, de 13 a 15 de junho, depois vai para o Paranoá, de 21 a 23 de junho, depois para Sobradinho, de 28 a 30 de junho, com encerramento em Taguatinga, de 12 a 14 de julho. O grande do circuito vai disputar o concurso nacional de dança de quadrilha da LINQDFE.
Em contagem regressiva para começar a vibrante competição, o presidente da LINQDFE, Márcio Nunes, celebra os 24 anos de história do circuito e adianta que a organização do evento prepara os ajustes finais. “Estamos com quase tudo pronto para começar mais uma temporada e completando todos esses anos de história. As expectativas são enormes”, conta.
Ao todo, 22 quadrilhas vão participar da competição. O ganhador do ano passado foi Formiga da Roça, de São Sebastião. O líder do grupo, Patrese Ricardo, relata que os 160 participantes ensaiam constantemente e estão com os passos afiados para a edição de 2024, com o tema ligado ao filme Mágico de OZ. “Estamos na fase de ensaios que chamamos de “lapidação”, alinhando as coreografias com a banda e com musicalidade. As expectativas são muito boas pelo fato de a Formiga da Roça ser a atual Campeã Brasiliense, e a atual Vice-Campeã Nacional. Isso acaba pesando para fazermos cada vez melhor”, afirma.
Outro circuito de quadrilhas é o Candangão Junino, organizado pela FequajuDF (Federação das Quadrilhas Juninas do DF e Entorno), que está contando os minutos para o início das danças. O evento recebe 15 quadrilhas e começa em 14, 15 e 16 de junho, em Santa Maria, com segunda etapa de 28 a 30 de junho, em Planaltina. A terceira fase ocorre de 19 a 21 de julho, em Samambaia e a final será entre 26 e 28 de julho, em Ceilândia. A campeã e a vice irão para o festival nacional que vai ocorrer no Cruzeiro.
Robson Vilela, conhecido como Fusca, presidente da FequajuDF e da quadrilha Sanfona lascada, de Ceilândia, que completa esse ano 43 anos de circuito, conta que a equipe, formada por 80 pessoas, fez mais de 100 ensaios. “Este ano vamos contar uma história que promete impactar o DF. Com o tema O Candeeiro alado, de 1938, o ano que lampião morreu, vamos contar um pouco da história dele, um dia antes dele morrer. Além disso, terá um um momento de devoção a Padre Cícero, e estamos correndo contra o tempo, mas com a coreografia toda fechada, apenas passando os detalhes”, antecipa Vilela.
O DF também recebe a 9ª edição do circuito Gonzagão, organizado pela liga União Junina, que conta com a participação de 18 quadrilhas e tem abertura em Samambaia em 1° de junho. Em seguida, o festival segue para Planaltina, de 14 a 16 de junho, depois vai para o Gama, de 21 a 23 de junho e, em seguida, para São Sebastião, de 5 a 7 de julho. A grande final ocorre de 12 a 14 de julho, em Samambaia. O vencedor disputa o nacional, o brasileirão da União Junina, representando o DF em Sergipe.
Joanivaldo Pereira, presidente da União Junina, conta que, neste ano, Gonzagão pretende fazer um são-joão bem bonito ilustrando “ao máximo” a figura do mestre Luiz Gonzaga. “Estamos nos preparativos finais e a nossa bandeira esse ano vai ser bem ligada na figura do Luiz Gonzaga, que representa bem o povo do Nordeste e a tradição das quadrilhas” conta. “Estamos com tudo encaminhado só esperando chegar o dia”, afirma.
Expectativas
Tamires Oliveira, presidente da quadrilha Xem Nhem Nhem, de Santa Maria, relata que alinhar os últimos preparativos com 85 integrantes tem sido corrido, mas o grupo tem buscado fazer a participação deste ano uma das melhores já feitas. “Estamos querendo coisas diferentes para ter um espetáculo maravilhoso nessa temporada, os ensaios têm sido puxados e já fizemos mais de 40 ensaios este ano”, confessa. “A expectativa está muito grande, estamos um pouco apreensivos e nervosos”, confirma. Por fim, ela adianta que o público pode esperar ver um figurino bem colorido e alegre.
O presidente da Vai Mas Não Vai, Rony Lopes, de Luziânia de Goiás, conta que os preparativos estão a todo vapor para que os últimos detalhes possam ser ajustados a tempo do circuito. “Confesso que já perdemos as contas de quantos ensaios fizemos, nosso grupo é composto por 60 pessoas e começamos a nos preparar no final de fevereiro”, disse. “Esse ano estamos olhando com muito carinho para aquilo que queremos entregar como espetáculo, um trabalho de excelência para aqueles que nos acompanham e nos admiram. Tivemos, a entrada de um coreógrafo que incorporou mais ideias”, adianta.
Hamilton Texeiro, conhecido como Tatu, presidente da quadrilha Pau Melado, de Samambaia, afirma que, desde o primeiro domingo de janeiro, o grupo ensaia os passo de dança. “Estamos animados e finalizando os ensaios. Com 25 anos da quadrilha, a gente decidiu usar a temática Fé do povo nordestino na figura de um vaqueiro, com os personagens mistificados da cultura brasileira”, conta.
Por Mariana Saraiva do Correio Braziliense
Foto: Material cedido ao Correio / Reprodução Correio Braziliense