Lula: Milei tem que pedir desculpas para evitar ‘relação complicada’

Em entrevista a agências internacionais, Lula pediu "respeito ao Brasil" e disse esperar uma relação civilizada com a Argentina. Também citou a vinda de Milei ao Brasil, em Balneário Camboriú

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a cobrar um pedido de desculpas do presidente argentino, Javier Milei. Em entrevista a agências internacionais nessa segunda-feira (22/7), no Palácio do Planalto. Lula destacou que mantém uma relação de Estado com o país vizinho, mas pediu “respeito ao Brasil”.

Milei fez uma série de ataques a Lula durante sua campanha eleitoral, chamando-o de “comunista” e “corrupto”. Após o brasileiro exigir um pedido de desculpas, o argentino reiterou as críticas em uma entrevista, no fim de junho.

“Eu não falei com ele. Não, ele passou por mim na reunião do G7 e me cumprimentou. Eu estava até de costas. Eu estava conversando com o meu pessoal. Eu vejo que eu não tenho nenhum problema. Não tenho nenhum problema”, respondeu o presidente após ser questionado se havia conversado com Milei sobre a relação entre os dois países.

“Agora, é o seguinte, eu já falei isso, ele tem que pedir desculpas ao Brasil, senão a relação é complicada. Você pode falar a bobagem que você quiser falar, desde que você respeite o direito dos outros. É assim que eu faço política internacional”, acrescentou o petista.

Visita de Milei ao Brasil

Lula destacou que a relação entre dois chefes de Estado “não é uma questão de amigo, de amizade”, mas que espera uma relação civilizada com a Argentina. O presidente também citou a visita de Milei ao Brasil há duas semanas, quando deixou de ir à Cúpula do Mercosul, no Paraguai, para participar de um fórum de direita em Balneário Camboriú, Santa Catarina. Ele também se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu aliado.

“Se ele achou que é esse o papel do presidente, tudo bem. Quem vai julgá-lo não sou eu, é o povo argentino”, pontuou Lula.

Por Victor Correia do Correio Braziliense

Foto: JL ROSA / AFP; OSCAR DEL POZO / AFP / Reprodução Correio Braziliense