Dezenas de escolas em pelo menos 12 estados dos EUA proibiram os alunos de usar Crocs, citando a propensão de alguns jovens de tropeçar e cair ao usar os calçados coloridos sem suas tiras de segurança atrás do calcanhar.
Outras escolas dizem que as sandálias levaram a um aumento de acidentes e distrações, incluindo alunos brincando com os pequenos pingentes que vão com os sapatos na sala de aula e jogando o calçado em seus colegas, segundo reportagem da Bloomberg.
O calçado cresceu em popularidade durante a pandemia e a empresa passou a valer US$ 8 bilhões (R$ 45,65 bilhões) com o sucesso que faz entre crianças, adolescentes e famosos.
A Crocs disse que as restrições escolares são “desconcertantes” e afirmou que, mesmo que certas escolas os estejam proibindo, ainda são um “calçado do dia a dia.”
Anne Mehlman, presidente da marca, falou que a empresa não tem dados que “comprovem que as proibições estejam aumentando.”
Vendas triplicaram
A Crocs viu as vendas anuais mais que triplicarem nos últimos quatro anos. Após um período de estagnação durante a década de 2010, a empresa se recuperou a partir de parcerias estratégicas direcionadas a adolescentes.
Depois de collabs com artistas como Post Malone e Justin Bieber, a Crocs está agora entre as dez marcas favoritas dos adolescentes, de acordo com pesquisa semestral da Piper Sandler. As ações dispararam mais de três vezes o desempenho do Índice S&P 500 desde 2018. No ano, a valorização já passou dos 47%.
Ainda assim, há sinais de que o crescimento da empresa pode estar desacelerando. A expectativa é que as vendas subam 0,4% no terceiro trimestre, num período cuja taxa poderia ser mais alta, já que coincide com os meses de compras de volta às aulas. Se for confirmado, o índice seria o mais baixo desde 2020, segundo a Bloomberg.
Por Luiz Anversa
Foto: Victor J. Blue/Bloomberg / Reprodução Exame