Sem vergonha: pirataria cria pontos de embarque na Rodoviária

Motoristas irregulares foram flagrados pelo Jornal de Brasília atuando na plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto em sistema clandestino organizado

Motoristas que operam sem autorização para oferecer transporte de passageiros driblam a fiscalização e montaram um sistema clandestino organizado no centro da capital federal. Todos os dias, no final da tarde, é comum perceber filas sendo formadas na plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto para esperar o embarque em carros particulares que chegam a todo momento.

Jornal de Brasília acompanhou a atuação desses motoristas por dois dias e conversou com passageiros para entender o esquema. De acordo com algumas pessoas que preferem se manter no anonimato, os “piratas” costumam cobrar R$0,50 a mais do que o transporte coletivo público e são “muito bem organizados”.

“Eles costumam respeitar o limite de passageiros dos veículos, oferecem ar-condicionado e, alguns, permitem a entrada apenas de mulheres para garantir a segurança delas”, conta uma das passageiras.

No início deste ano, órgãos de fiscalização de trânsito intensificaram as ações contra a atuação do transporte irregular de passageiros no Distrito Federal. Operações conjuntas têm sido realizadas com mais frequência nas vias e rodovias que cortam o Distrito Federal com o objetivo de coibir a atuação dos motoristas clandestinos porque se trata de uma prática ilegal e compromete a segurança dos passageiros.

No início de fevereiro, a Operação Pérola Negra, executada em conjunto entre o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), flagrou 13 veículos realizando transporte irregular na DF-003, a EPIA Sul.

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Motoristas que operam sem autorização para oferecer transporte de passageiros driblam a fiscalização e montaram um sistema clandestino organizado no centro da capital federal. Todos os dias, no final da tarde, é comum perceber filas sendo formadas na plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto para esperar o embarque em carros particulares que chegam a todo momento.

Jornal de Brasília acompanhou a atuação desses motoristas por dois dias e conversou com passageiros para entender o esquema. De acordo com algumas pessoas que preferem se manter no anonimato, os “piratas” costumam cobrar R$0,50 a mais do que o transporte coletivo público e são “muito bem organizados”.

“Eles costumam respeitar o limite de passageiros dos veículos, oferecem ar-condicionado e, alguns, permitem a entrada apenas de mulheres para garantir a segurança delas”, conta uma das passageiras.

No início deste ano, órgãos de fiscalização de trânsito intensificaram as ações contra a atuação do transporte irregular de passageiros no Distrito Federal. Operações conjuntas têm sido realizadas com mais frequência nas vias e rodovias que cortam o Distrito Federal com o objetivo de coibir a atuação dos motoristas clandestinos porque se trata de uma prática ilegal e compromete a segurança dos passageiros.

No início de fevereiro, a Operação Pérola Negra, executada em conjunto entre o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), flagrou 13 veículos realizando transporte irregular na DF-003, a EPIA Sul.

De acordo com o Artigo 231 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), transitar efetuando o transporte remunerado de pessoas quando não licenciado para esse fim é Infração gravíssima, com perda de sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), multa no valor de 293,47, além de remoção do veículo.

Para a moradora da Cidade Estrutural, Ísis Santos, é arriscado utilizar o transporte pirata. “Há muito tempo atrás valia a pena usar o transporte clandestino, mas nos dias atuais está muito perigoso. Nós não conhecemos os motoristas e isso é ruim para a nossa segurança”, diz. Ela, no entanto, cobra os gestores para oferecer um transporte coletivo público com mais qualidade. “Vamos oferecer um transporte melhor. Por que, se tem clandestino, é porque o transporte público não está em um nível bom e não atende a sociedade”, completa.

Daiane Gama, de Planaltina do DF, é uma das passageiras que usa regularmente o transporte irregular. Segundo ela, há poucos ônibus e, por isso, estão sempre lotados. “Infelizmente há poucos ônibus e quando eles aparecem estão cheios. Isso quando eles não atrasam ou quebram na estrada. No transporte pirata, sempre vamos sentados e chegamos ao nosso destino mais rápido”, conta.

Sobre a segurança, ela afirma que não sente medo porque há sempre pessoas nos veículos e, como fazem o mesmo itinerário, muitos se conhecem. “Sempre tem gente do nosso trabalho ou de onde a gente mora. É tranquilo”.

Fiscalização

De acordo com o agente Cristian, da Gerência de Operações Especializadas do DER-DF,  o transporte irregular oferece riscos significativos. Isso por que, os passageiros desses veículos não têm garantia de segurança. Segundo ele, muitos desses motoristas não seguem as normas de trânsito e utilizam veículos sem condições adequadas de circulação.

“Quando alguém entra em um transporte irregular, não sabe quem está dentro daquele veículo. Não sabe a procedência do motorista, se ele é habilitado, as condições mecânicas do veículo”, afirma.

Durante as ações de fiscalização, diversos veículos irregulares têm sido apreendidos por diversas infrações cometidas e os motoristas autuados. As penalidades para aqueles que forem flagrados realizando transporte pirata incluem multas pesadas e a remoção do veículo. “Em nossa última operação, verificamos carros com pneus carecas, flagramos motoristas inabilitados e até foragidos da justiça fazendo transporte irregular”, acrescenta Cristian.

De acordo com o DER-DF, as operações de combate ao transporte pirata seguirão ocorrendo de forma contínua no DF, visando a redução da ilegalidade e a melhoria da mobilidade urbana na capital federal. “Estamos monitorando presencialmente e através do sistema de câmeras espalhadas por todo o DF as áreas onde esse tipo de infração ocorre com mais frequência e não vamos parar de realizar operações para coibir essa prática. E quem preferir pode entrar em contato com a ouvidoria do DER-DF para fazer denúncias que iremos aos locais indicados”, finaliza.

Por Afonso Ventania do Jornal de Brasília

Foto: Afonso Ventania / Bikerrepórter Jornal de Brasília / Reprodução Jornal de Brasília