Turistas nacionais e estrangeiros elogiam carnaval do DF

Visitantes nacionais e internacionais dizem estar admirados com a organização dos festejos. Pessoas de outros estados revelam que vieram ao DF atraídos pela festa. Quem veio do exterior curtiu a alegria local

Por Bruna Pauxis, Letícia Guedes, Caio Ramos* e Roberta Leite* — O carnaval brasiliense tem crescido e chamado a atenção de turistas, que vêm de outros estados, e até países, para conhecer a folia do quadradinho. Com particularidades que a difere das grandes festas dos estados considerados palco tradicional do carnaval brasileiro, a folia candanga ganha força e se consolida no interesse de quem busca curtição saudável.

Diretamente de Minas Gerais, a física Thais Nogueira, 44 anos, veio do estado para pular carnaval em Brasília. Junto à família, saiu de Uberlândia com destino ao quadradinho. Empolgada, disse ter achado o festejo bastante animado, com “segurança sem igual, quando comparada a outros lugares do país”. “Aqui, o Carnaval ocorre de maneira aberta. As crianças podem se divertir. A alegria corre solta”, elogiou. 

Sara Queiroz, 32, e Márcio Salles, 33, são casados e também moram em Uberlândia. Eles vieram para o Distrito Federal, “exclusivamente” — como ressaltaram — para pular o carnaval. Chegaram sábado, e desde então, os dois se dizem impressionados com a organização dos eventos carnavalescos na capital federal.

Sara tem familiares no DF e havia estado na região outras vezes. Ela considera o carnaval do quadradinho organizado, o que explica porque muitos escolham sempre retornar. “Meu irmão e minha cunhada moram aqui e falam superbem do carnaval brasiliense. Há muitos anos, eles nos convidam. Desta vez, resolvemos vir para aproveitar a festa”, explicou. Ela completo que, com seu marido, acharam o ambiente ótimo, sobretudo porque a animação é coletiva e não há confusão.

Salles disse que a capital do país difere de Uberlândia porque há um processo de conscientização para valorizar o DF e suas belezas, objetivo que os brasilienses, a seu ver, apoiam. “O que mais gostamos do carnaval de Brasília foi a segurança, a organização e a limpeza. Saindo do metrô, os policiais revistaram todo mundo. A cidade é linda, e nós aproveitamos esta época para visitar vários pontos turísticos. O pessoal é bem consciente e educado”, avaliou.

Patrícia Pontes, 33, comunicadora, pulou o Bloco do Amor com o namorado, Ariel Silva. Ela afirma, por ser cadeirante, que não podem faltar, nos festejos carnavalescos de rua: todo tipo de pessoa e, principalmente, respeito.

A comunicadora, que mora em São Paulo e veio pelo carnaval brasiliense, comenta que achou a festa bem tranquilo e inclusiva. “O que eu sinto falta é de os blocos andarem, é algo que dá vida para a cidade. O bloco estático tem seu valor, mas rodar a cidade traz vida para uma cidade que é vista como burocrática”, opinou.

De outro continente

Além de brasileiros, o festejo do Distrito Federal também atrai estrangeiros, que ficam encantados com as cores e a energia da folia que se espalha pelas ruas. O francês Camilo de Broch d’Hotelans, 19, é jogador de rugby e veio ao Brasil a trabalho, mas acabou ficando mais tempo para curtir o carnaval brasiliense. “A cultura e as pessoas são coisas que me atraíram muito, por isso acabei prolongando a viagem. Está sendo muito divertido”, disse. Para ele, o que mais diferencia nosso país da França é a forma como as pessoas se comportam. “Gosto muito do povo brasileiro e de como são abertos e comunicativos. Estou amando o passeio”, contou o jogador.

Outros estrangeiros também vieram aproveitar a folia candanga, como a italiana Sofia Leguè, 18, que, por ter pais diplomatas, teve a oportunidade de conhecer várias partes do mundo. Ela, inclusive, morou no Egito antes de vir para o Brasil. “É tudo muito diferente. Imagine, é um grande choque cultural. Estou amando, é tudo divertido. Eu nunca tinha vivido o carnaval antes”, disse a estudante. “Gosto demais de Brasília. Como meus pais viajam muito, conheci diversos lugares, mas aqui é um dos que, definitivamente, mais gostei. Com esse clima de festa, fica ainda melhor”, analisou.

Ao lado de Sofia, o português Francisco de Jesus, 18, também curtia os blocos brasilienses. “Eu vim para o carnaval, não conhecia o Brasil, e estou amando”, contou o também estudante. Para ele, as festas portuguesas são diferentes. Brasília tem muito mais gente na ruas, segundo ele. “É realmente muito legal viver essa experiência. Estou adorando estar aqui na cidade, é muito fácil fazer amigos e se integrar”, disse.

*Estagiários sob a supervisão de Manuel Martinez

Por Correio Braziliense

Foto: José Albuquerque CB/DA Press / Reprodução Correio Braziliense