Saúde integral da população negra é tema de oficina

Encontro visa operacionalizar política nacional no Distrito Federal

Servidores da Secretaria de Saúde (SES-DF), com apoio da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), realizaram a primeira oficina de efetivação do Plano Operativo do Distrito Federal (PODF) para a implantação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN). O documento, aprovado em abril deste ano pelo Conselho Distrital de Saúde, busca adaptar a política nacional à realidade do DF.

O encontro, realizado na quinta-feira (12), teve como objetivo definir prioridades e ações do plano. Francisca Lumara da Costa Vaz, referência técnica em Saúde da População Negra na SES-DF, destacou a necessidade de alinhar as ações intersetoriais que viabilizarão a implementação. “Esse será o ponto de partida para definirmos os indicadores que vão acompanhar a execução do PODF”, explicou.

O plano propõe medidas práticas e formas de monitoramento com base nas diretrizes da política nacional, visando à equidade racial em saúde. O foco é reduzir as disparidades entre a população negra e os demais grupos, enfrentando o racismo estrutural e institucional nos serviços de saúde. A iniciativa também prevê ações de sensibilização e formação para servidores da SES-DF e usuários do sistema.

A construção do documento contou com a participação de diversos órgãos e entidades, como o Observatório de Saúde da População Negra (PopNegra), vinculado ao Núcleo de Estudos de Saúde Pública da Universidade de Brasília (Nesp/UnB), o Comitê Técnico de Saúde da População Negra (CTSPN) e representantes da sociedade civil.

Política Nacional de Saúde Integral da População Negra

Instituída em 2009 pelo Ministério da Saúde, a PNSIPN reconhece o racismo como determinante social da saúde e propõe diretrizes para enfrentá-lo no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Afonso Abreu Mendes, gerente de Atenção à Saúde de Populações em Situação Vulnerável e Programas Especiais (GASPVP), destacou que algumas diretrizes do PODF já estão em andamento. “Temos cursos voltados ao acolhimento de vulnerabilidades da população negra, o que é fundamental para os servidores. Também estamos desenvolvendo, junto à Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), cartilhas que tratam da temática dos direitos humanos, tanto para profissionais quanto para usuários do SUS”, afirmou.

*Com informações da Secretaria de Saúde (SES-DF)

Por Resenha de Brasília

Fonte Agência Brasília

Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF