Denúncia é fundamental para evitar feminicídios, reforça Sandro Avelar

Com 13 ocorrências, a capital já registra mais feminicídios que no mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados oito casos. Nesta terça (17/6), o corpo de Raquel Gomes Nunes foi encontrado com sinais de violência no Recanto das Emas

Investigado como feminicídio, o assassinato de Raquel Gomes Nunes, 46 anos, chama atenção, mais uma vez, para o crime que perturba o Distrito Federal. Com 13 ocorrências, a capital já registra mais feminicídios que o mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados oito casos. O corpo de Raquel, moradora do Recanto das Emas, foi encontrado na tarde desta terça-feira (17/6) pela família, que estranhou seu desaparecimento. O principal suspeito do crime, Fábio de Souza Santos, é ex-companheiro da vítima e permanece foragido.

Questionado pelo Correio sobre os altos índices do crime no DF, o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, destacou que a denúncia é fundamental para evitar que mais mulheres sejam assassinadas. “É preciso fazer um trabalho de conscientização para que a população denuncie quando tomar conhecimento de que alguma mulher sofre violência doméstica, porque a imensa maioria desses crimes acontece em ambiente doméstico e majoritariamente com armas brancas”, afirmou o chefe da pasta. 

Avelar ainda chamou atenção para o papel de pessoas próximas à vítima e que estejam cientes da violência. “Se o vizinho, o familiar, o amigo, o porteiro ou quem quer que seja tenha conhecimento desse dato, é preciso que nos antecipemos ao crime, não permitindo que mais vidas sejam ceifadas através dessa violência”, completou. A fala ocorreu após a cerimônia de lançamento do primeiro Anuário de Segurança Pública do DF, ocorrido na manhã desta quarta-feira (18/6).

Ao discursar, a deputada distrital Jane Klebia (MDB), presidente da Comissão do Direito das Mulheres (CDM), reforçou a necessidade de acolhimento às vítimas no momento em que essas denúncias são feitas. “Estamos em 2025 e as mulheres que sofrem violência ainda não se sentem confortáveis para ir à delegacia de cabeça erguida denunciar seu agressor. Há um receio de que sejam recebidas com um questionamento sobre qual comportamento (da mulher) levou àquela agressão”, declarou. A distrital ainda destacou a importância do trabalho integral — tanto do Estado quanto da comunidade — no combate à violência. 

Lançamento

O Anuário de Segurança Pública consolida dados e análises sobre a criminalidade e as ações institucionais dos últimos dez anos. O objetivo é promover maior integração entre informação, planejamento estratégico e ações operacionais. O documento conta com dados sobre crimes violentos letais intencionais (CVLI), mortes por intervenção legal e registro de desaparecimento de pessoas.

Por Resenha de Brasília

Fonte Correio Braziliense       

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil