Zoo de Brasília só reabre quando acabar período de migração de aves silvestres

Local está fechado desde 28 de maio, devido a casos de gripe aviária. Ao CB.Agro, o secretário de Agricultura do DF, Rafael Bueno, explicou que, por medida de segurança, estão aguardando o movimento dessas aves

O cenário da gripe aviária na capital, após os casos registrados no Zoológico de Brasília, foi um dos temas do CB.Agro desta sexta-feira (27/6), que teve como convidado o secretário de Agricultura do Distrito Federal, Rafael Bueno. Às jornalistas Mariana Niederauer e Adriana Bernardes, ele também falou sobre a safra recorde deste ano e o sucesso das exportações do DF.

Saiu uma nova portaria com mais recomendações em relação aos cuidados sanitários para evitar a gripe aviária. Qual é a principal novidade?

A portaria anterior trazia uma proibição da participação de animais — principalmente de aves de canto, como canarinhos — de eventos fora e dentro do Distrito Federal. Após um estudo mais criterioso, nós identificamos que a participação desses animais em eventos fora do DF, em municípios que não têm ocorrência de gripe aviária, é permitida, em razão do nível de biossegurança que é adotado pelos criadores desses animais. Então, temos a tranquilidade de poder autorizar que essas aves possam ir a esses municípios. O grande ponto é o seguinte: caso esses animais estejam no município e lá seja detectado um caso positivo de gripe aviária, aí, sim, fica proibido o regresso das aves para o DF.

Tivemos casos recentes de gripe aviária no Zoológico, que está fechado desde 28 de maio. Há uma previsão de reabertura do local?

Nós não temos ainda uma data definida, e isso se deve a um fator preponderante: ainda estamos em um momento de migração das aves e, no Jardim Zoológico, ainda encontramos muitas aves migratórias, inclusive, da própria espécie na qual houve o primeiro caso, que foi com um irerê. Por medida de segurança, estamos aumentando a observação e aguardando o movimento dessas aves, para que a gente não crie uma expectativa de dar uma data e, eventualmente, tenhamos a ocorrência de um novo caso. Esperamos, realmente, essas aves migratórias se retirarem do Jardim Zoológico para, assim, avançarmos dentro do processo de liberação. Isso visa garantir a segurança dos animais do zoo, dos funcionários e dos frequentadores.

Tivemos uma produção recorde na safra deste ano. O clima ajudou nesse contexto?

Quando nós comparamos a safra de 2023-2024 com a de 2024-2025, nós só temos motivos para comemorar, porque, além de todo o esforço tecnológico que o produtor do Distrito Federal tem empregado e do apoio que o governo do DF tem desprendido, o clima foi extremamente generoso. Então, em 2023-2024, nós sofremos com períodos de escassez de chuva, que prejudicaram a produtividade das nossas lavouras. Vemos um cenário muito claro ao observar a cultura do milho. A segunda safra, 2023-2024, sofreu com uma redução grande de área em detrimento da cultura do sorgo, pela falta de água. Esse ano, não. Nós tivemos aumento da área de milho e melhora em seu preço. Saímos daqueles
R$ 47 ou R$ 48 (a saca) do ano passado, chegamos próximo a R$ 68 em algumas épocas, o que capitalizou o produtor, seja com o volume de grão produzido seja com a questão do preço das commodities. Isso favoreceu demais e a gente observa esses números traduzidos no Agrobrasília, quando vemos que, mesmo sem o plano safra, o produtor conseguiu comprar máquinas e investiu em semente e novas tecnologias com recursos obtidos por essa safra. Aliás, quando a gente fala de grãos no DF, cada vez mais temos surpreendido positivamente, o que é um orgulho, pelo nosso pequeno tamanho, principalmente quando vemos dados de exportação. O DF exporta soja para o Paquistão, semente de milho branco para os Estados Unidos, morangos frescos para Portugal, ovos férteis para o México, e a carne de frango, que é o nosso principal item de exportação.

Qual é o volume de exportação do agronegócio no DF em relação ao seu PIB?

Em relação a valores aproximados, nós estamos falando de algo em torno de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões de recursos movimentados. Apenas a cadeia do frango movimentou, no ano passado, mais de R$ 1 bilhão. 

O produtor rural tem um papel importante na proteção do meio ambiente, até porque ele se beneficia dessa proteção. Como a Secretaria atua no processo de capacitação e de conscientização da importância da proteção das nascentes?

Uma das principais dificuldades que a gente tem no DF é fazer a conciliação entre consumo de água para o ser humano, para a nossa cidade, que é crescente, e manter a produção agropecuária. Nessa época da seca, é fundamental que a gente tenha água. Primeiro, precisamos recuperar as nascentes. Então, temos um projeto que visa essa recomposição, por m eio da produção de mudas na Granja do Ipê. Doamos aos produtores até duas mil mudas, capazes de fazer um projeto de reflorestamento. O nome do projeto é reflorestar, e ele vem junto com outro programa, da Caesb, que é o Produtor de Água, no qual o produtor é incentivado a reflorestar e é remunerado por essa área.

Por Resenha de Brasília

Fonte Correio Braziliense       

Foto: Bruna Gaston CB/DA Press