Apresentado como “presidenciável”, Tarcísio faz ensaio de candidato no Fórum de Lisboa

Ao participar de debate sobre segurança pública, governador mostra que pode tornar o tema pilar de campanha presidencial

O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), participou de dois painéis no último dia de debates do XIII Fórum de Lisboa. Tratado como convidado ilustre, enfrentou uma fila de cumprimentos e de pedidos de fotos. Atendeu a todos pacientemente. Só não falou com os jornalistas que aguardavam para uma entrevista, como outros palestrantes concederam.

No primeiro painel, sobre as relações de forças internacionais e novos blocos militares, integrou um keynote speech — debate com convidados especiais — ao lado do almirante Henrique Gouveia e Melo, da Marinha portuguesa e ex-chefe do Estado-Maior da Armada, com moderação de Raul Jungmann, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração. Tarcísio foi apresentado como “presidenciável”.

Na espera para uma conversa rápida com Tarcísio, o presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), vendo a movimentação em torno do governador de seu estado, comentou com o Correio: “Acho que ele está bem animado para 2026”. E completou: “Animado para disputar a reeleição”. Depois esclareceu: “Mas essa é uma decisão dele”.

No segundo painel, Tarcísio foi escalado para falar sobre segurança pública, um dos temas que mais preocupam a população e que deve despertar muitos debates em 2026. O governador fechou seu pronunciamento com uma frase forte, de efeito:

“Ninguém vai vencer o Estado. O crime não vai vencer o Estado. Isso não vai acontecer. O Estado vai garantir proteção aos nossos empresários e a segurança dos nossos cidadãos. Então, tenho certeza de que, no final, o bem vence o mal, o Estado vence essa guerra”, frisou.

Popularidade

Com popularidade para disputar um novo mandato como governador, Tarcísio terá de decidir se vai buscar a reeleição ou disputar a Presidência da República com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Leal ao ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem foi ministro da Infraestrutura, Tarcísio não avança o sinal sem uma definição do antigo chefe.

Enquanto isso, outros políticos do campo da direita vão ocupando espaço para 2026. Também presente no XIII Fórum de Lisboa, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), reafirmou sua intenção de disputar novamente a Presidência — ele concorreu pela primeira vez em 1989 e enfrentou Lula, mas ambos foram derrotados por Fernando Collor.

Caiado diz que o primeiro turno é momento de todos os partidos lançarem candidatos e as alianças ficam para o segundo. “Serei candidato, mesmo se Tarcísio for”, garantiu.

Outro nome cotado para disputar a Presidência, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), não participou do evento em Portugal. Mas o presidente da Assembleia Legislativa paranaense, Alexandre Curi (PSD), ao integrar o painel “Governança Orçamentária e Democracia em Regimes Presidencialistas”, ao lado do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), ressaltou uma “revolução” nos gastos orçamentários do estado, conduzida pelo governador já lançado pelo partido como pré-candidato ao Palácio do Planalto.

Por Resenha de Brasília

Fonte Correio Braziliense       

Foto: Mariana Campos/CB/D.A Press