Em meio ao frio e enquanto muitos ainda buscavam abrigo sob as cobertas, um grupo determinado de cerca de 20 voluntários se reuniu neste domingo (13/7) no Parque de Águas Claras, para um gesto de cuidado e respeito ao meio ambiente. Unidos por um ideal maior, integrantes da Nova Acrópole e do grupo de Voluntários do Parque, com apoio do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), enfrentaram as baixas temperaturas para limpar a unidade de conservação. Essa foi a 11ª edição da atividade e ao todo foram retirados 33 sacos de lixo de 50 litros de lixo não orgânico.
Mais do que remover o lixo espalhado, o objetivo do projeto é provocar uma mudança de mentalidade: despertar nas pessoas o senso de responsabilidade e pertencimento à natureza. Como diz o membro da Nova Acrópole, Rafael Azevedo, 42 anos, “nosso sonho é que não haja mais lixo a ser recolhido. O trabalho é um convite à reflexão. Queremos que cada um se reconecte e consiga o mesmo com seus valores humanos. Porque um simples copinho plástico, usado por segundos, leva décadas para desaparecer. Isso diz muito sobre nossa relação com o mundo.”
Na administração do Paque existe um viveiro que abriga novas mudas que, com o tempo, ganham vida nos canteiros e trilhas da reserva e em outros parques da região. Quem cuida desse berçário verde com carinho é Dona Iunedes de Carvalho, 81. Membro ativa dos Voluntários do Parque, ela acompanha cada broto como quem cuida de filhos. “Águas Claras é um lugar de muito prédio, muito concreto. O parque é nosso respiro, é onde a gente vive melhor. Por isso é tão importante zelar por ele. A gente limpa, previne incêndio, planta árvores, cuida com amor. E isso me faz muito bem, me mantém viva e em movimento”, conta.
Rosa de Lima, 62, coordenadora dos voluntários, revela que o grupo conta com cerca de 90 pessoas e realiza ações de limpeza e preservação ao longo do ano. “Fazemos mudas, plantamos, doamos para outros parques e até para o zoológico. É bonito ver a comunidade se envolver, plantar junto, cuidar. A gente mostra que dá para sair de casa e fazer algo real pelo bem comum”, explica.
Mas o trabalho não é leve. Rosa desabafa sobre o que encontram durante as limpezas: “Encontramos meia, lençol, retrovisor de carro, celular, pneu, tem de tudo. Isso mostra o quanto precisamos educar e sensibilizar as pessoas. É cansativo, mas é profundamente gratificante.”
Para Mira Dias, 62, o que move tudo isso é o amor. “A gente ama a natureza. E quando você ajuda limpando aquilo que outros jogaram, você sente algo muito bom. Isso muda a gente por dentro. É como uma academia gratuita: você se aquece, conhece pessoas incríveis, se exercita e ainda faz o bem. Só tem coisa boa aqui”, afirma.
O grupo de voluntários do Parque de Águas Claras é aberto a todos que queiram contribuir. Quem quiser participar pode entrar em contato pelas redes sociais: @voluntariosdoparqueac ou @novaacropole_aguasclaras
Por Resenha de Brasília
Fonte Correio Braziliense
Foto: Rafael Azevedo