Taguatinga terá dia de celebrar a diversidade com a 18ª Parada LGBTQIA

Com shows de Valesca Popozuda, Pepita e MC Rebecca, a 18ª Parada LGBTQIA de Taguatinga toma as ruas da cidade a partir das 13h com programação que reforça a importância do respeito às diferenças

A 18ª Parada LGBTQIA de Taguatinga será realizada hoje, a partir das 13h, na Praça do Relógio. Com o tema “Orgulho de ser e celebrar todas as diferenças”, o evento promete reunir milhares de pessoas em uma programação marcada por música, cultura e afirmação de direitos. Entre as atrações confirmadas estão as cantoras Valesca Popozuda, Pepita e o grupo Irmãs de Pau, que darão o tom de celebração e resistência à festa.

As atividades começaram ontem, com a 3ª Feira LGBTQIA , que transformou o centro de Taguatinga em um espaço de inclusão e serviços. O público teve acesso a vacinação humana e de pets, testagem rápida para HIV e adesão à PrEP, além de atendimento em saúde e orientação profissional. Para completar a abertura, o palco recebeu o show da cantora MC Rebecca, que embalou a noite.

Visibilidade criativa 

Entre os expositores, o artista Trystan Luah, 28 anos, apresentou gravuras e trabalhos em grafite. Ele participou da primeira edição da feira e destaca a importância de ambientes mais diversos. “Por mais que em outras feirinhas não seja proibido expor sendo LGBT, existe algo que pesa. Pessoas que estão dentro da normativa têm um alcance maior, já facilitado. Quando criamos espaços voltados para nós, é justamente para fortalecer e ajudar nossos negócios a crescerem, garantindo visibilidade.”

Trystan destacou que decidiu atuar de forma autônoma para evitar os preconceitos presentes em espaços mais tradicionais de trabalho. Ele contou que, em uma feira comum de bairro, chegou a enfrentar olhares de reprovação e estranhamento, algo que não acontece quando está em eventos voltados para o público LGBTQIA . 

Naye, 18, também participou da feira e levou ao palco um show afrodiaspórico. Para ela, representar mulheres negras é essencial. “Mesmo sendo um movimento amplo, ainda precisamos falar muito de mulheres negras LGBTQIA . Essas iniciativas ajudam a diminuir o preconceito e mostrar que não há nada de errado em ser quem você é.”

Escuta aberta 

A saúde mental também foi destaque no evento. O psicanalista e estudante de psicologia Railon Fernandes, 36, participou de uma roda de conversa e ressaltou a importância de ocupar espaços historicamente negados. “Hoje, tenho cerca de cinco pacientes trans. Apesar de eu ser cis, esse contato traz percepções que não temos da realidade. São pessoas atravessadas por diversas questões: raciais, de classe… Não é só sobre transição ou gênero. São várias camadas que impactam a vida delas e, muitas vezes, não têm acesso. Se oferecemos o mínimo de saúde mental e políticas públicas, já estamos falando de dignidade e justiça social.”

Para o designer gráfico Bruno Lima, 37, iniciativas como a feira também têm impacto econômico. “Ela é importante porque coloca nossos iguais no mercado, na área comercial, na venda. É um espaço de visibilidade muito importante”, avalia.

18ª Parada LGBTQIA de Taguatinga

Praça do Relógio

A partir das 13h

Acesso gratuito

Por Resenha de Brasília

Fonte Correio Braziliense

Foto: Giovanna Kunz/CB/DA Press