A implantação de faixas e corredores exclusivos para ônibus é uma importante política para agilizar o deslocamento de passageiros. Para incentivar o uso de coletivos e melhorar a mobilidade urbana, a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), aliada a outros órgãos do GDF, tem atuado para ampliar esse serviço em rodovias e em vias urbanas, trazendo ganho de eficiência operacional e, principalmente, otimizando o tempo de viagem para os passageiros.
O secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves, defende o investimento em corredores e faixas exclusivas por conta da dinâmica de deslocamento do DF, onde a maioria dos empregos estão concentrados no Plano Piloto, diferentemente de outras regiões, ocasionando um deslocamento intenso, principalmente nos horários de pico. “As distâncias são longas, de forma que existe pouca renovação de passageiros ao longo da viagem, justamente por conta dessa alta concentração em determinados pontos”, complementa.
Dados da pesquisa origem-destino feita para atualizar o Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU) indicam que o deslocamento de 74,8% dos passageiros varia entre 31 minutos e 2 horas para chegar ao local de trabalho no DF. Os números são semelhantes ao levantamento divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo o qual 75,26% dos usuários locais fazem seus trajetos no mesmo período de tempo.
“As soluções apontadas, principalmente nas projeções de atualização do Plano Diretor de Transporte Urbano, envolvem criação de corredores exclusivos, os BRTs oeste, sudoeste, BRT norte, BRT sul, essas obras complementares que o GDF atual retomou”, comenta o secretário.
Para Zeno, a implantação de políticas que privilegiam o transporte público, como o investimento em faixas e corredores exclusivos, é uma medida que visa também atrair novos passageiros. “O incentivo por trocar o uso do automóvel pelo transporte coletivo, bem como por modos não-motorizados, é uma das diretrizes de política urbana para melhoria da mobilidade”, completa.
A priorização do transporte público coletivo ao individual está prevista tanto na Lei Federal 12.587/2012, que instituiu a Política Nacional de Mobilidade Urbana, quanto, no âmbito distrital, pelo Plano Diretor de Transporte Urbano, o PDTU, estabelecido pela Lei 4.566/2011. Na norma local, inclusive, há expressamente a previsão de se implantar as faixas exclusivas como forma de incentivar o deslocamento por ônibus.
Atualmente, as faixas exclusivas no DF somam mais de 78 quilômetros de extensão: 23 km na Estrada Parque Taguatinga (EPTG); 14 km na Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB); 22 km nos dois lados das W3 Sul e Norte; 3,2 km na Estrada Setor Policial Militar (ESPM) e 16 km no Eixo Monumental, somando as vias S1 e N1. Ao todo, são beneficiadas 711 linhas de ônibus, e mais de 17.300 viagens do transporte público coletivo do DF. Além disso, existe o corredor exclusivo do BRT Sul de 56 km na Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), nos dois sentidos da rodovia.
*Com informações da Semob-DF
Por Resenha de Brasília
Fonte Agência Brasília
Foto: Renato Alves/Agência Brasília