A análise do relatório final da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 voltou a ser adiada. A decisão da Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso foi confirmada nesta segunda-feira (20/10) pelo presidente da comissão, senador Efraim Filho (União-PB). A expectativa era que a proposta fosse votada amanhã (21) na comissão e encaminhada ao plenário na quinta-feira (23).
O recuo ocorreu mais uma vez a pedido do Palácio do Planalto, diante do impasse sobre aumento de impostos e cortes de gastos. Após a derrota da Medida Provisória (MP) 1303, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva ainda busca alternativas para recompor o orçamento depois que que previa elevação de tributos.
Apesar do recuo, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), antecipou que a oposição deve endurecer a postura frente ao Executivo. Em entrevista ao Correio, ele afirmou que o governo “já perdeu o café” na Câmara e enfrenta desgaste político e fiscal crescente.
Para Sóstenes, o adiamento da sessão que votaria a LDO e o veto presidencial à Lei Geral do Licenciamento Ambiental é mais uma tentativa do governo de evitar derrota. Ele criticou a falta de cumprimento do orçamento impositivo e atrasos no pagamento de emendas parlamentares.
A oposição, segundo o líder do PL, vai atuar de forma coordenada em duas frentes: derrubada dos vetos à Lei do Licenciamento Ambiental e endurecimento das regras fiscais. “Seremos implacáveis na LDO e no orçamento. O governo precisa conter gastos”, disse. Ele ressaltou que o Parlamento tem exercido papel de contrapeso, tentando frear o que considera “rombo fiscal do desgoverno”, e que o ambiente eleitoral já influencia o comportamento dos parlamentares.
Do lado do Executivo, a equipe econômica, liderada pelo ministro Fernando Haddad, trabalha para ajustar o texto da LDO e garantir previsibilidade fiscal mínima para 2026.
Por Resenha de Brasília
Fonte Correio Braziliense
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado