Celina Leão defende que debate da segurança pública seja para todo o país

Vice-governadora participou de reunião em Brasília com outros governadores da direita para apoiar o PL Antifacção

A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP-DF), afirmou que o endurecimento penal precisa vir junto com o debate sobre a maioridade penal. A declaração foi dada durante participação no encontro de governadores da direita, nesta quarta-feira (12/11), na sede da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado. 

O encontro teve o objetivo de reunir forças para apoiar o projeto de lei 5582/25, que visa criar o marco legal de combate ao crime organizado. O PL tem como relator o secretário licenciado de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PL-SP). Celina afirmou que pretende trazer o tema para a discussão na reunião o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que acontece hoje, no gabinete da presidência. Celina e os governadores Jorginho Mello (PL-SC), Ronaldo Caiado (União-GO), Romeu Zema (Novo-MG) não estão reunidos com Motta.

Antes do encontro, Celina defendeu que o diálogo sobre segurança pública precisa ser uma cadeira de todos os estados e acredita que Motta deve propor essa reunião com os 27 governadores. “Esse é um tema do Brasil. Eu acredito que o presidente da Câmara pode buscar uma grande reunião com os governadores, para que o debate sobre segurança seja ampliado e unificado”, comentou.

Ela disse também que é preciso endurecer as penas e discutir a questão da maioridade penal, já que muitos jovens são recrutados, ainda adolescentes, para fazer parte das organizações criminosas. “Não é possível que o país continue sem discutir a maioridade penal no Congresso. Quando falamos de facção, precisamos ver a idade dos jovens que o crime organizado está sequestrando. Não dá para mudar a estrutura de combate ao crime organizado sem enfrentar esse tema”, apontou.

A vice-governadora afirmou que não se deve perder tempo com discussões ideológicas, se referindo ao impasse sobre o que é facção e o que é terrorismo, mas, sim, avançar com decisões práticas que protejam a população e promovam maior segurança.

“Eu acho que o Derrite está muito mais preocupado com a execução e com as penas desse crime, sem possibilidade de saidinha e de remissão. A discussão sobre o que é facção e o que é terrorismo é muito ideológica. Se o Congresso conseguir sair desse debate e focar na prática, teremos avanços reais”, disse.

Sobre a competência da Polícia Federal (PF), ela foi enfática ao afirmar que isso se trata apenas de uma narrativa eleitoral, da base governista. E defendeu o papel da instituição. “Governador nenhum tem o poder de falar sobre o Parlamento. O próprio relator já afirmou que nunca colocou esse tipo de situação no texto. Isso é uma narrativa criada numa disputa ideológica, até mesmo com a imprensa. A Polícia Federal é uma instituição que precisa avançar, não recuar em competências”, afirmou.

Por Resenha de Brasília
Fonte Correio Braziliense
Foto: Vanilson Oliveira / CB / DA Press