A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, defendeu nesta sexta-feira (16/5) que a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o escândalo do INSS pode atrapalhar as investigações e o ressarcimento das vítimas.
Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o tema no Palácio da Alvorada, Gleisi se manifestou dizendo que foi o governo atual que investigou o esquema de desvios do INSS, iniciado em 2019, e que as CPIs são mecanismos importantes em gestões que não investigam casos de corrupção.
“Uma CPMI, no ambiente de exploração política em que está sendo proposta, pode comprometer o sucesso da investigação policial, que deve permanecer protegida de interferências externas e do vazamento de informações”, escreveu a ministra em suas redes sociais.
“Também pode atrasar o ressarcimento das vítimas, já que sua duração está prevista para seis meses, impactando nas medidas já em curso”, acrescentou.
Prerrogativa do Congresso Nacional
Gleisi destacou que as CPIs são prerrogativa do Poder Legislativo, mas alfinetou a gestão Bolsonaro ao dizer que as comissões são instrumentos importantes em governo que “não investigam ou acobertam desvios e corrupção”, citando a CPI da Covid, que revelou irregularidades na compra de vacinas.
A ministra enfatizou ainda que prioridade do governo é continuar com as investigações, punir os responsáveis e ressarcir os aposentados vítimas dos descontos ilegais.
“Este governo já suspendeu os descontos, acabando com o roubo aos aposentados, demonstrou que levará as investigações até às últimas consequências e trabalha para ressarcir as vítimas o mais rápido possível”, declarou ainda Gleisi.
Por Victor Correia do Correio Braziliense
Foto: Platobr Politica / Reprodução Correio Braziliense