Em meio aos passos apressados dos corredores e ao ritmo dos ciclistas, as lentes fotográficas têm ganhado espaço nas provas de rua e nos parques do Distrito Federal. Cada vez mais fotógrafos estão ingressando no universo esportivo, com registros de momentos de lazer e emoção de atletas e pedestres. As imagens, antes restritas a grandes eventos, hoje também fazem parte das manhãs e tardes movimentadas nos espaços verdes da capital, onde profissionais transformam cenas cotidianas em memórias.
Com nove anos de experiência na área, o fotógrafo Raílson Ribeiro, 31 anos, trabalha para uma plataforma digital, responsável por disponibilizar as imagens captadas durante provas e treinos. Ele explicou que o sistema utiliza dois métodos de identificação.
“Em corridas, o site faz a leitura numérica do número de peito do atleta, mas em treinos e no Parque da Cidade, usamos o reconhecimento facial. A pessoa entra no site, faz o cadastro, aceita os termos de uso e a plataforma identifica suas fotos automaticamente”, detalhou. As imagens ficam disponíveis nas resoluções baixa, média e alta, com preços que variam entre R$ 11,90 e R$ 19,90, e o fotógrafo recebe no mínimo 70% do valor da venda.
Raílson contou que, além do retorno financeiro, o trabalho tem sido uma forma de reconhecimento e liberdade profissional. “Eu me descobri no mundo da arte. A fotografia me abriu portas e me permite ter uma renda que pode chegar a dois ou três salários, além de ser algo que me realiza. É gratificante ver pessoas divulgando nossas fotos, desde influenciadores até autoridades que correm no Parque da Cidade. Isso valoriza o nosso trabalho e nos motiva a continuar”, afirmou.
Outro que também encontrou na fotografia esportiva uma nova paixão foi Lucas Vasconcelos, 26 anos. Designer e estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, ele começou a fotografar em 2018, mas só no início do ano passado mergulhou de vez no mundo das corridas. “Eu sempre gostei de fotografar, mas nunca tive uma paixão tão grande como agora. A fotografia esportiva se tornou meu refúgio. Mesmo acordando de madrugada, indo para o parque antes do trabalho, faço tudo com um sorriso no rosto. É o que eu mais amo hoje, mais até do que meu emprego principal na área de tecnologia”, contou, empolgado.
Joabe Farias, 28, atua há cerca de um ano com fotografia e também se encantou pelo ambiente esportivo. Para ele, o trabalho vai além dos cliques. “Nós estamos registrando memórias. Uma foto não é só uma imagem, é uma lembrança que a pessoa vai guardar para sempre. Às vezes o corredor vem treinar e não tem como registrar o momento, e nós estamos aqui para isso. É uma forma de motivar também, porque ele acaba acompanhando o próprio progresso por meio das fotos.”
Por Resenha de Brasília
Fonte Correio Braziliense
Foto: Ed Alves CB/DA Press











