Esther Dweck sobre feminicídio: ‘Precisamos ampliar nossa capacidade de intervir’

Ministra destacou manifestações que ocuparam diversas cidades brasileiras contra a escolada da violência de gênero

Em coletiva sobre a segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CNU) neste domingo (7/12), a ministra da Gestão e Inovação (MGI) Esther Dweck comentou a escalada da violência contra a mulher e as manifestações pela criminalização da misoginia. O Levante mulheres vivas ocupou cerca de 20 capitais e várias cidades por todo o Brasil. 

“Essa manhã a gente teve, no Brasil todo, manifestações importantes sobre uma coisa muito triste que tem acontecido no nosso país. Infelizmente, [um número de] feminicídio extremamente alto que, nas últimas semanas, parece que ganhou uma escala até desproporcional, com casos muito graves”, disse a chefe do MGI no início do evento com a imprensa. 

A ministra citou casos dos últimos dias, como o crime ocorrido em Brasília, que resultou na morte da musicista e cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, 25 anos. O autor, o soldado Kelvin Barros da Silva, 21, está em prisão preventiva após confessar o crime. “É muito triste essa situação que a gente está vivendo e eu acho que a gente está no momento de dar um basta nisso”, destacou.

Para a chefe do MGI, é necessária uma mudança na cultura da sociedade, e mais engajamento dos homens no combate à violência. “Assim como não basta ser não ser racista, tem que ser anti-racista, também não basta não ser machista, tem que ser anti-machista”, declarou.

Dweck destacou ainda que os casos de feminicídio são “a ponta de um iceberg”. “A gente precisa ampliar nossa capacidade de intervir antes que chegue no caso de um feminicídio”, explicou a ministra, que deu ênfase em outras formas de violência que antecedem a física, como a falta de autonomia financeira, que dificulta que mulheres saiam de situações de violência. 

Mais cedo, mulheres de diferentes lugares do país ocuparam as ruas das cidades em um grito pela vida. A manifestação, que contou com o lema “Basta de feminicídio. Queremos as mulheres vivas”, homenageou vítimas e denunciou impunidade dos agressores.

CNU 2

A coletiva deste domingo fez um balanço sobre a segunda fase do CNU 2, que aconteceu pela tarde. Em todo o país, 42.499 estavam classificados para fazer o exame. O DF, que contava com o maior número de participantes, recebeu 5.700 dos 8.214 convocados.

A prova para cargos de nível superior contou com duas questões dissertativas, com pontuação máxima de 45 pontos. Já os candidatos para vagas de nível médio fizeram uma redação dissertativa-argumentativa que valia 30 pontos. 

Por Resenha de Brasília
Fonte Correio Braziliense
Foto: Reprodução/Instagram