Multa de R$ 5 mil para estabelecimento que discriminar entregadores por aplicativo

Projeto de Lei, que tramita há três anos na Câmara Legislativa, proíbe empresas, que usam serviço de entrega por apps, de negarem acesso a banheiros e energia a entregadores

A Câmara Legislativa analisa um projeto de lei que pretende multar, em até R$ 5 mil, estabelecimentos comerciais que discriminarem entregadores por aplicativo que queira usar suas instalações sanitárias e pontos de energia. A proposta tramita na Casa desde 2021, sem apreciação, e preveem punições para bares, lanchonetes, mercados, shopping centers e demais estabelecimentos comerciais.

O Projeto de Lei 2.081/2021, de autoria do deputado Fábio Felix (PSol), obriga os estabelecimentos comerciais que contratam serviço de entrega por aplicativo a darem aos trabalhadores dessa modalidade direito a utilização de sanitários, nas mesmas condições oferecidas aos demais empregados, colaboradores, clientes ou ao público em geral. Também fica proibido negar, aos mesmos, acesso a tomadas, para que eles recarreguem seus dispositivos.

Caso o estabelecimento descumpra a medida, poderá ser aplicada multa de R$ 5 mil por ocorrência de discriminação. Em caso de reincidência, a empresa pode ter seu alvará de funcionamento suspenso ou, ainda, a renovação negada, até que as regras sejam cumpridas.

A fornecedora de aplicativo também poderá ser contatada pela Secretaria de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal para que ela deixe de oferecer o serviço. Caso não cumpra a determinação, ela poderá sofrer sanções, que inclui a suspensão por 30 dias e multa de R$ 100 mil por ocorrência de desobediência.

Justificativa

A proposta do deputado Fábio Felix foi elaborada durante a pandemia de covid-19, quando o serviço de entrega foi fundamental para que a população mantivesse o consumo, especialmente, de alimentos. No período, foram registrados episódios de maus tratos aos trabalhadores e a precarização da atividade.

Três anos após a apresentação do projeto, a matéria ainda tramita nas comissões da Câmara Legislativa, mesmo com os prazos para a apresentação de emendas e a apreciação tendo vencido.

A proposta surgiu após a edição de uma lei que obrigava as plataformas a criarem pontos de apoio aos trabalhadores. Entretanto, até a edição da mesma, e a posterior regulamentação, elas não haviam dado suporte aos entregadores. A medida, proposta pelo pessolista foi uma forma de minimizar a falta de estrutura.

Por Jornal de Brasília

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil / Reprodução Jornal de Brasília