Biblioteca Pública de Brasília recebe oficinas gratuitas do dia 9 a 25

Com apoio da FAC, o Coletivo Transverso promove aulas de escrita criativa, zine, poesia sonora e lambe-lambe

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O Coletivo Transverso realiza, entre os dias 9 e 25 de novembro, mais um ciclo do projeto “Cada caminho é um poema” em Brasília, que promove oficinas gratuitas à população com o apoio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec-DF). Durante esse período, a Biblioteca Pública de Brasília, que fica na EQS 312/313, vai ser palco para as oficinas de escrita criativa, zine, narrativas urbanas e lambe-lambe, com o intuito de “abordar com jovens e adultos os aspectos da arte urbana e utilizar a escrita para a libertação da criatividade no contexto sociopolítico atual”.

Patrícia Del Rey é uma das idealizadoras do projeto, e explicou ao Jornal de Brasília que o projeto foi desenvolvido para um edital específico de ocupação das bibliotecas públicas do DF. “Para a gente, é fundamental trazer esse diálogo entre a poesia urbana, que ocorre na rua, e o espaço institucional”, disse. O Coletivo Transverso surgiu em 2011 e estuda diversas linguagens artísticas como literatura, artes visuais, fotografia, vídeo-poema, arte digital e dramaturgia da urbes. O grupo tem foco em despertar um olhar poético ao cotidiano das pessoas, por meio da realização de intervenções artísticas no espaço público.

Dentro das bibliotecas, as oficinas estimulam a reflexão sobre a linguagem e incentivam a discussão, apreciação e pesquisa nas diferentes formas do fazer literário. “As atividades promovem a literatura nos suportes contemporâneos, como o lambe-lambe e áudio (fotopoemas com pílulas poéticas sonoras)”, comentou Patrícia. “As atividades permitem a produção, a fruição e a difusão das obras artísticas autorais, viabilizando o acesso à cultura. Os saraus promovem o encontro, a difusão da literatura e das obras criadas. É um espaço de troca”, argumentou a idealizadora.

Para prestigiar os alunos, ao final dos ciclos é feito um sarau com exposição dos materiais criados, o qual é aberto para a participação da comunidade, com microfone, troca de livros, bate-papo, intérprete de libras e artistas convidados. O projeto já havia iniciado em Ceilândia no mês de setembro, onde recebeu cerca de 30 alunos. Depois do Plano Piloto, as oficinas chegam ao Guará. Para se inscrever é preciso acessar o site do coletivo e preencher um formulário. A idade mínima para participar é de 15 anos. “A ideia é contemplar outras bibliotecas nas próximas edições. Estamos abertos a convites das administrações do DF”, comentou Patrícia.

Programação

Nos dias 9, 10 e 11 de novembro, acontece a oficina de escrita criativa e zine, das 14h às 18h. De acordo com os responsáveis pelo projeto, aqui os participantes criam “imagens, frases, tipografias e texturas através do inconsciente, de forma espontânea e íntima”. Já o zine, que é uma revista feita de maneira artesanal, com tiragem reduzida, é feita a partir de técnicas de diagramação e colagem. As oficinas de narrativas urbanas acontecem nos dias 16, 17 e 18 de novembro, das 14 às 18, e tem o objetivo de criar poesias sonoras a partir da criação textual, produção de roteiro e experimentações de sonoplastia.

Ao fim dessa oficina são criadas “pílulas poéticas” que são disponibilizadas ao público por meio de códigos QRs, os quais dão acesso ao arquivo de áudio. A oficina de lambe-lambe ocorre nos dias 21, 23 e 25 de novembro, das 14h às 18h, e conta com a produção de cartazes com poemas dos participantes, e colagem coletiva de materiais. “Será realizada uma intervenção urbana com a colagem dos cartazes na rua aos arredores das bibliotecas”, explicou a organização do projeto.

“Acreditamos que a ampliação de políticas públicas, como os editais de ocupação, são fundamentais para essa formação de público nas bibliotecas e com isso a aproximação da comunidade em geral”, pontuou a idealizadora Patrícia Del Rey. A Biblioteca Pública de Brasília foi inaugurada em março de 1990, depois do espaço deixar de ser um mercadinho para se tornar um equipamento cultural. O local conta com espaço coberto para estudos, cabines individuais, espaço infantil, telecentro, ar-condicionado, wi-fi e jardim para leitura ao ar livre.

Por Redação do Jornal de Brasília com informações de PH Paiva

Foto: Reprodução Jornal de Brasília