Na saída de bares, restaurantes ou casas de shows, dados do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) mostram um aumento de quase 25% das autuações por “transpor bloqueio viário policial”, ou seja, por fugir de blitz. O número subiu de 314, entre janeiro e novembro de 2022, para 392 no mesmo período deste ano. Casos como o de Raimundo Cleófas Alves Aristides Junior, 41 anos, motorista que fugiu de um bloqueio no Eixo Monumental (confira Memória), ligam um alerta para esse tipo de imprudência e infração por parte dos condutores na capital do país.

Dados da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), obtidos pela reportagem por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), evidenciam um problema de imprudência nas vias do DF. As ocorrências por desobediência às ordens da autoridade tiveram alta de 14,5% de janeiro a outubro deste ano ante o mesmo período de 2022. O aumento foi de 550 para 630 casos.

Porta-voz da PMDF, o major Michello Bueno afirma que a maioria dos casos de fuga são de pessoas que beberam e estão dirigindo. “Quando acontece uma tentativa, a gente vai atrás do condutor utilizando motos que ficam a postos nos pontos de bloqueio e, assim que conseguimos fazer com que o infrator volte, é aplicada uma multa que chega próxima aos R$ 3 mil”, comenta.

O major explica como funciona a perseguição, em caso de tentativa de fuga. “A gente monta os pontos de bloqueio e, quando determinamos que um carro pare, se a ordem é desobedecida, é aplicada a multa”, explica. “A partir do momento que o condutor é parado, a placa do veículo vai para o sistema e, se ocorrer a fuga, a multa vai chegar para ele de qualquer forma”, acrescenta Bueno.

O policial militar destaca que não compensa fugir de um ponto de bloqueio. “Muitas pessoas fazem isso pelo fato de não saberem o valor alto dessa multa”, ressalta o major. Segundo o militar, apesar de a maioria dos casos de fuga serem por alcoolemia ao volante, existem outros tipos de situações. “Tem aqueles que fogem porque tem algum tipo de mandado (de prisão, por exemplo) em aberto. Só que, quase sempre, nesse tipo de situação, o criminoso tenta evadir antes de chegar no ponto de bloqueio. Por isso, costumamos ter policiais antes da barreira para tentar evitar que isso aconteça”, ressalta o porta-voz da Polícia Militar.

Alcoolemia diminuiu

Nos mesmos 10 primeiros meses de 2023, em comparação ao igual período do ano passado, o DF registrou queda de 22,7 mil autuações por alcoolemia ao volante para quase 18 mil casos. Clever de Farias, diretor de Policiamento e Fiscalização do Detran-DF, informa que a Operação Boas Festas, que atua nas saídas de festas, bares, restaurantes e clubes de todas as regiões administrativas, contará com o dobro do efetivo — de 500 para mil agentes nas ruas. “Está ocorrendo uma diminuição da cultura de beber e dirigir porque a população tem feito a “carona amiga”. É uma evolução sutil que temos percebido”, acrescenta.

Quanto à fuga das blitzes, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) destaca que transpor bloqueio viário policial é considerado infração gravíssima, gera multa de R$ 293,47, que pode ser multiplicada em 10 vezes, apreensão do veículo e recolhimento do documento de habilitação, o que suspende o direito de dirigir.

Clever cita que os índices aumentaram porque a fiscalização também cresceu. “Com a maior quantidade de blitz, evidentemente, terá maior quantidade de evasão. O número está dentro do esperado. E, mais adiante, a pessoa será abordada, porque temos outros pontos de bloqueio. Conseguimos identificar a placa, monitorar e verificar a condição desse veículo”, detalha o diretor de Policiamento e Fiscalização do Detran-DF.

Doutor em transportes pela Universidade de Brasília (UnB), Edson Benício menciona débitos, alcoolemia e problemas com a Justiça como motivos mais comuns para o condutor fugir da blitz. “É uma questão comportamental o motorista desrespeitar a legislação, avançando nesses pontos de parada. A gente recomenda é que não se faça isso, porque é um crime e só complica a vida das pessoas”, alerta.

Clever cita que os índices aumentaram porque a fiscalização também cresceu. “Com a maior quantidade de blitz, evidentemente, terá maior quantidade de evasão. O número está dentro do esperado. E, mais adiante, a pessoa será abordada, porque temos outros pontos de bloqueio. Conseguimos identificar a placa, monitorar e verificar a condição desse veículo”, detalha o diretor de Policiamento e Fiscalização do Detran-DF.

Doutor em transportes pela Universidade de Brasília (UnB), Edson Benício menciona débitos, alcoolemia e problemas com a Justiça como motivos mais comuns para o condutor fugir da blitz. “É uma questão comportamental o motorista desrespeitar a legislação, avançando nesses pontos de parada. A gente recomenda é que não se faça isso, porque é um crime e só complica a vida das pessoas”, alerta.

Por Arthur de Souza, Pedro Marra do Correio Braziliense

Foto: Detran-DF/Divulgação / Reprodução Correio Braziliense