Mais da metade da população do Distrito Federal está com alguma vacina contra o novo coronavírus pendente. O último Informativo de Imunização da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) indica que somente 51,3% da população retornou às unidades de saúde para receber pelo menos um reforço. Neste sábado (9), os imunizantes estiveram disponíveis em 10 locais até as 17h. Outros nove atenderam até as 12h.
O aposentado Francinaldo Oliveira, 70 anos, estava com uma dose de reforço pendente, e ainda não tinha tomado a vacina contra a gripe. Preocupado em se proteger, ele aproveitou a manhã ensolarada para ir até uma unidade básica de saúde (UBS). “Vinha num ritmo muito legal, sempre tomando as doses disponíveis, mas acabei esquecendo a última. Com a notícia da nova subvariante, fiquei mais alerta e decidi vir completar o ciclo”, conta ele.
“Se vacinar e vacinar seus filhos significa amor. Às vezes, as doenças não matam, mas podem deixar problemas para o resto da vida. Quando o pai leva o filho, a própria criança começa a ser uma defensora da vacinação e a multiplicar o conhecimento”Fabiana Fonseca, coordenadora da Atenção Primária da SES-DF
O engenheiro civil Derdilandio Cruz, 32, levou os dois filhos, junto com a esposa Maciele, para completar o cartão vacinal. A família escolheu a UBS 2 da Asa Norte, na EQN 114/115. Myrela, 9, tomou a segunda dose do imunizante contra HPV e José Bernardo, 4, a dose de reforço contra a covid-19.
“Acordamos cedo e já viemos ao posto. Estamos atentos ao calendário vacinal dos dois e como a rotina acaba sendo muito cheia durante a semana, escolhemos o sábado”, afirma Derdilandio. Myrella conta que, apesar de não gostar de agulha, sabe a importância dos imunizantes. “Faz bem para a nossa saúde, para nos proteger do novo coronavírus e de outras doenças”, diz.
A coordenadora da Atenção Primária da SES-DF, Fabiana Fonseca, ressalta que a população deve ser conscientizada sobre os benefícios da vacinação. “Se vacinar e vacinar seus filhos significa amor. Às vezes, as doenças não matam, mas podem deixar problemas para o resto da vida. Quando o pai leva o filho, a própria criança começa a ser uma defensora da vacinação e a multiplicar o conhecimento”, pontua.
Fonseca destaca as iniciativas do GDF em promover a vacinação da população. “Temos muitas iniciativas extra muro, em que oferecemos a vacina para além da unidade de saúde, como em shoppings, em feiras e até em escolas”, conta. Em julho, a SES começou a imunizar estudantes da rede pública diretamente nas escolas, incluindo também professores, pais e responsáveis. Mais de 40 escolas já foram atendidas até o momento.
Ainda conforme o último boletim informativo, a média da cobertura vacinal contra a covid-19 é de 81,9% para uma dose e de 78,7% para as duas doses. Todas as faixas etárias acima dos 12 anos de idade estão com pelo menos 81,2% de cobertura para as duas doses. Por outro lado, apenas 51,3% da população tomou alguma dose de reforço.
Entre as crianças, 43,9% dos meninos e meninas de 5 a 11 anos não tomaram a segunda dose. O índice sobe para 82,7% para os de 3 e 4 anos e 90,4% para os bebês de um ano a seis meses. O único caso confirmado da subvariante Éris no DF foi de uma menina na faixa etária de até 2 anos. Vale lembrar que as crianças de 5 a 11 anos podem receber uma dose de reforço, mas somente 11,8% já foram levadas a um local de vacinação.
Quem pode vacinar
Todas as pessoas acima de 12 anos que completaram o ciclo vacinal com AstraZeneca, CoronaVac ou Pfizer-BioNTech devem receber uma dose de reforço após quatro meses da segunda dose. Nesses casos, a segunda dose de reforço, também chamada de quarta dose, é aplicada em pessoas com mais de 40 anos ou profissionais de saúde. É necessário ter tomado a dose de reforço há pelo menos quatro meses. Para pessoas de 18 a 39 anos que iniciaram o esquema vacinal com a Jansen, a orientação é de aplicação de um primeiro reforço após dois meses da primeira dose e um segundo reforço após mais quatro meses.
A vacinação infantil contra a covid-19 é dividida por faixa etária. Crianças de 6 meses a 4 anos e 11 meses recebem a Pfizer Baby: são três doses, com intervalo de quatro semanas entre as duas primeiras e de oito semanas entre a segunda e a terceira. Aqueles de 3 e 4 anos que tomaram duas doses de CoronaVac devem receber uma dose de reforço quatro meses após a segunda dose. Já as crianças de 5 anos a 11 anos recebem a vacina Pfizer Pediátrica: são duas doses, com intervalo de 21 dias, e o reforço (terceira dose) aplicado quatro meses após a segunda dose.
Locais de vacinação
De segunda a sexta-feira, os imunizantes são oferecidos diariamente em cerca de 100 locais, que são divulgados no site da SES-DF. A página informa os locais que estão de portas abertas neste sábado (9).
Por Agência Brasília
Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília / Reprodução Agência Brasília