DF ganha certificação pelo empenho em eliminar transmissão vertical do HIV

Selo Prata de Boas Práticas reflete o trabalho da Secretaria de Saúde ao implementar boas práticas durante o pré-natal, garantindo diagnóstico e tratamento humanizado a mulheres com o vírus

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A Secretaria de Saúde (SES-DF) recebeu do Ministério da Saúde (MS) o selo Prata de Boas Práticas rumo à eliminação da transmissão vertical do vírus da imunodeficiência humana (HIV, sigla em inglês).

Ao comemorar o avanço do DF no impedimento da transmissão do vírus da mãe ao bebê, a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, agradeceu às equipes de Atenção Primária e Atenção Secundária e declarou: “Em nossa jornada em defesa do Sistema Único de Saúde, convido todos a refletir, desde a unidade básica de saúde, onde acolhemos a gestante no pré-natal, até a ampliação do acesso à saúde da família”. 

Desde 2017, o MS reconhece unidades da Federação que conseguem eliminar a transmissão vertical do HIV em seus territórios. Para a ministra, a saúde se constrói com a atuação coletiva. “Nosso trabalho está apenas começando, e precisamos da força presente para alcançar a total eliminação do HIV no país”, alertou a ministra da Saúde, Nísia Trindade. A meta do ministério, ressaltou, é alcançar as populações prioritárias e mais vulneráveis, como pessoas em situação de rua, privadas de liberdade, ou aquelas vivendo com HIV/Aids, e também imigrantes e comunidades indígenas.

O que é?

A transmissão vertical (TV) ocorre quando a doença é passada da mãe para o filho no útero ou durante o parto. Ao iniciar o pré-natal no período preconizado (12ª semana), as mães com HIV podem evitar a transmissão da doença aos bebês.

A gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES-DF, Beatriz Maciel, esteve no evento e celebrou junto à equipe a conquista do selo. “É um estímulo vital para que os servidores continuem trabalhando com dedicação rumo à eliminação total do HIV”, disse. “Manter a articulação entre a assistência e a vigilância é crucial para avançar ainda mais”. O diretor de Vigilância Epidemiológica da SES-DF, Adriano de Oliveira, complementou: “Estamos empenhados no processo para eliminar verticalmente o HIV e também a sífilis”.

Desafios

Líder do Movimento Nacional de Cidadãs Positivas, Janice Lilian Pisão é uma pessoa com HIV. Ela compartilhou as dificuldades que as mulheres doentes enfrentam para superar o preconceito e a discriminação. Como mãe, Janice foi diagnosticada com o vírus aos 30 anos. Hoje com 74, diz que o HIV não interrompeu seus sonhos de futuro. Mesmo com os receios iniciais, deu início ao tratamento assim que soube que vivia com o vírus.

“Eu tinha medo de revelar que tinha HIV e que minha criança pudesse enfrentar o mesmo preconceito que eu”, revelou. A filha não carrega o vírus, mas Janice acredita que, mesmo 40 anos após o seu diagnóstico, as pessoas ainda têm dificuldade com o tema. “O medo do estigma da doença persiste”, acrescentou a ativista, que aposta na solidariedade e no acolhimento para empoderar outras mulheres com HIV.

*Com informações da Secretaria de Saúde

Por Agência Brasília

Foto: Michelle Horovits/Agência Saúde / Reprodução Agência Brasília