Folia sustentável alia diversão e cuidados com meio ambiente no DF

Preocupação com a geração de lixo e com o descarte correto de resíduos é essencial para que a celebração do Carnaval não leve poluição às regiões que recebem as festas

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Período de diversão e alegria, o Carnaval 2024 também é tempo de sustentabilidade. Para que a folia não gere prejuízos ao meio ambiente, é preciso alguns cuidados com a geração de lixo e o descarte irregular. O Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU) indica algumas atitudes que podem contribuir com a organização das regiões administrativas.

O presidente do SLU, Silvio Vieira, afirma que, assim como no restante do ano, o lugar do lixo é na lixeira. “O bom hábito evita que os resíduos fiquem acumulados nas ruas, diminuindo o risco do surgimento de focos do mosquito da dengue e de outros insetos, e ainda a chance do lixo entupir bueiros e bocas de lixo”, destaca.

‌Todo o efetivo do SLU estará nas ruas neste Carnaval. Mais de 5 mil garis trabalham na varrição e catação dos resíduos com apoio de mais de 500 equipamentos. “Após os desfiles, blocos e eventos, o bloco dos garis entra em ação. Vamos fazer a limpeza geral dos locais para deixar tudo adequado para o próximo dia”, salienta Vieira. “Também serão colocados 40 papa-recicláveis em pontos estratégicos do DF e temos mais de 21 mil lixeiras em todas as regiões administrativas”, pontua.

Neste ano, a conscientização dos foliões será promovida pela campanha Sem sujeira, a folia fica mais legal. Haverá, ainda, o prêmio Folia Limpa BSB, que mede a quantidade de lixo produzida por cada bloco para premiar o mais limpo. Em 2023, o 1º lugar do concurso ficou com o Rebu, que desfilou no Parque da Cidade.

O Carnaval 2023 foi considerado o mais limpo da série histórica do DF com relação à quantidade de resíduos recolhidos. Em cinco dias, o SLU retirou cerca de 26,6 toneladas de resíduos nas áreas de Plano Piloto, Ceilândia, Taguatinga, Águas Claras, Brazlândia e Estrutural. Em 2019, houve a coleta de 49,7 toneladas e, em 2018, de 82 toneladas. Ano passado, a força-tarefa de limpeza contou com 1.167 garis, além de 20 fiscais por dia e 38 veículos para ações de limpeza e fiscalização. Foram utilizados mais de 8,4 mil sacos de lixo.

Dicas

Antes de sair de casa, verifique se pegou o copo reutilizável. Essa é uma das dicas para que o Carnaval 2024 seja sustentável e seguro. O uso de copos reutilizáveis e ecológicos em vez do modelo descartável diminui a geração de lixo e ainda evita que o material seja descartado incorretamente.

Em relação à fantasia, que tal optar pelo uso de glitter biodegradável neste ano? O material sintético causa poluição hídrica e dificilmente é varrido das ruas pelos garis. O mesmo vale para confete e serpentina – busque por adereços de papel reciclado ou de folhas secas que podem ser varridos com maior facilidade e não poluem o meio ambiente.

“Todo material que tem capacidade de se biodegradar ou se biodesgastar em período menor é menos impactante ao meio ambiente”, avalia o chefe da Assessoria de Gestão Estratégica e Projetos da Secretaria de Meio Ambiente e Proteção Animal, Glauco Amorim.

‌Outra orientação importante é preferir o uso de latas de alumínio no lugar de garrafas de vidro, já que as latinhas são recicláveis e fomentam a cadeia produtiva dos catadores. Por outro lado, as garrafas de vidro, quando quebradas, podem gerar riscos à integridade dos foliões e dos garis.

Garis na folia

Assim como ocorreu em 2023, a campanha do SLU envolve a valorização dos profissionais da limpeza urbana no Carnaval de 2024. Na segunda-feira (12), vários garis vão desfilar, em uma ala própria, no tradicional bloco Vassourinhas. Haverá ainda a participação do mister e da miss gari de 2023.

A concentração será às 16h, no Museu da República, que fica no Setor Cultural Sul, próximo à Rodoviária do Plano Piloto. No local, também haverá ações de conscientização do SLU.

No ano passado, quem participou da ala específica para profissionais da limpeza urbana foi a gari Eleosina Dias. Ela já trabalhava limpando as ruas do DF há 10 anos e nunca havia desfilado em um bloco de Carnaval. “Foi uma experiência gratificante. É o reconhecimento do nosso trabalho, tão importante para a cidade”, disse.

Por ‌Catarina Loiola da Agência Brasília

Foto: Divulgação/SLU / Reprodução Agência Brasília